Quem rege o futuro?

Quem rege o futuro?

São Paulo é grande, ou pelo menos dizem que é. Pensando em termos demográficos ou de espaço físico, de fato a cidade é enorme. No entanto, para nós paulistanos, ela pode se tornar pequena em um piscar de olhos. Parece que tudo está interligado, que todos andam pelos mesmos caminhos e lugares, frequentam os mesmos bares, padarias e calçadas.

Com certeza você já encontrou um amigo, seja de escola, faculdade, trabalho ou o que quer que seja fora da hora considerada propícia e óbvia para encontrá-lo, não encontrou? Pois é, por maior que a cidade seja, você estava ali, naquela calçada, naquele momento.

Pense que nesse dia em específico você decidiu colocar um pouco mais de café em sua xícara, andar em passadas menos longas e correr menos para sair do trabalho, e quando você estava saindo, seu amigo estava passando na frente de onde você estava.

Caso você não tivesse saído do trabalho naquele exato horário, você não o veria. Ou seja, o café a mais, as passadas menos longas a caminho da porta e a leve tranquilidade com que foram realizadas suas últimas tarefas…tudo levou àquele momento, e se alguma dessas coisas houvesse ocorrido de forma diferente, seu amigo passaria e você não iria nem encontrá-lo.

Não é notável o quanto nosso destino é…curioso?

A fragilidade que temos para decidi-lo torna quase impossível que sejamos senhores de nosso próprio futuro, afinal não colocamos mais café naquela xícara pensando que naquelas exatas 16h e 37 minutos nosso amigo apareceria, e por isso deveríamos sair mais tarde do trabalho. Não fizemos os cálculos do relatório mais devagar ou trocamos o pé que iria primeiro na escada afim de dar de cara com ele, tudo só…aconteceu. Mas aconteceu com atitudes nossas.

Que confusão!

Será que poderíamos dizer então que tudo o que ocorre somos nós que decidimos involuntariamente? Ou que o destino fez com que a vontade de tomar café fosse maior naquela quarta-feira? É tudo tão inexato, que é quase inocente de nossa parte querer entender. Então é mais fácil ir até a padaria ali embaixo com o amigo recém reencontrado, afinal ele estava ali mesmo, né? Na hora certa, no lugar certo.

Atualizado em 02/2021
Foto por D A V I D S O N L U N A em Unsplash

Sobre o autor

Um cara que é estudante de jornalismo (quase) dedicado, com uma barba ruiva que só vê barbeador (bem) de vez em quando e que gosta de tentar entender o que se passa pela cabeça das pessoas. Meio maluco, mas se entende com a bagunça que é sua mente, gosta de videogames e quadrinhos e é aficcionado por buscar explicações (não) científicas do mundo em que vocês acham que ele vive. Tudo isso enquanto toma uma xícara de chá e ouve discos de vinil de várias décadas atrás.

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