Conheça São Paulo

Conheci alguém hoje. Seu nome era Cintia, tinha duas tias, era irmã de Matheus, prima de Caio. Conheci também Roberto, amigo da Cláudia, afilhada do prefeito, amiga do cabo Roger, que toca piano nas horas vagas e ensina crianças a andar de patins no Parque da Juventude. Adorei o encontro com Marcos, motorista particular, ou como ele gosta de dizer: “Piloto de fuga das dondocas”. Conheci Fábio, Flávio, Ana, Beltrana, Esse, Aquele e o Grande Elenco. Tudo no espaço de algum momento, tudo no espaço do transporte plural do paulistano.

Foto: Pedro imagens.usp.br

A cidade moderna não permite “homem-ilha”. Aliás, ilha em São Paulo é pedaço de lixo flutuante no Tietê. Homem daqui é um ser civilizado, no sentido de ser parte de civilização, parte de um todo, mesmo que não queira. É assim com Keila, com Kellen e Kátia, que passaram por mim perto da igreja da Sé. Réver trabalhava no escritório quando viu, pela janela, Fábia passar desfilando na rua. Fábia cruzou com Welber, que é amigo de Réver, que vai todo fim de semana no mesmo clube que Fábia e mesmo assim não reconheceu a bela moça da rua.

São Paulo pode ser explicada por Caio, Mauro, Bete, Roxelle, Gabi e Reinaldo. São Paulo só pode ser descrita por Pita, Maluf, Haddad, Geraldo e o senhor José Donério Sapucaia, meu avô. São Paulo depende de você, da Suzana, Dessa e Daquela, do Fulano e do Ciclano.

 

São Paulo é feita de gente, como todas essas ao seu redor no metrô. A moça ao seu lado pode ser  a encantadora Márcia, pode ser a entusiasmada Carol, pode ser o religioso Tadeu, pode ser o estudioso Felipe, pode ser Eu, pode ser Tu, pode ser Ele. São Paulo somos Nós, Vós e Eles.

Leonardo Sapucaia, estudante de cinema e jornalismo. Gosto de quadrinhos, séries, games e obviamente cinema. Vivo entre roteiros de cinema e textos jornalísticos, mais um do que o outro. Super orgulhoso de ser um nerd das antigas.

Sobre o autor

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