Abelhas sem ferrão e a sua importância ecológica

Abelhas sem ferrão e a sua importância ecológica

Você sabia que existem abelhas sem ferrão? Elas vivem pacificamente em ambientes urbanos e provavelmente você nunca nem percebeu. Além disso, a importância ecológica desses animais ameaçados é gigante!

Essenciais para a polinização de frutas e vegetais usados na nossa alimentação, como tomate, berinjela, café e caju, as abelhas estão desaparecendo do planeta – algumas espécies estão sob risco de extinção global.

O cenário é tão grave que organizações como a ONU já alertam para os riscos de escassez de alimentos por conta da mortalidade em massa de insetos polinizadores.

No Brasil, a previsão é de que a população de abelhas e outros polinizadores diminua em 13% até 2050, segundo análise da Universidade de São Paulo.

As abelhas também contribuem enormemente para a manutenção das florestas. Se elas forem extintas, a reprodução de plantas silvestres ficará comprometida, porque mais de 90% das espécies de vegetação tropical com flores e cerca de 78% das espécies de zonas temperadas dependem da polinização desses insetos.

Mas além das abelhas “comuns” que conhecemos, temos um problema ainda maior: as pequenas abelhas sem ferrão (ASF) que são negligenciadas e sofrem com o desmatamento, uso de agrotóxicos, poluição, queimadas, ação predatória do homem sem manejo correto, introdução de espécies invasoras e principalmente a falta de informação.

Quando falamos sobre “espécies invasoras”, estamos falando daquela abelha “comum”, que rodeia nosso caldo de cana na feira. Sim, ela foi trazida da Europa e muitas vezes pode prejudicar as nossas espécies nativas, que são as abelhas sem ferrão. No mundo existem em torno de 400 espécies, sendo que no Brasil podemos encontrar apaixonadamente 300 espécies.

Segundo Guilherme da Silva Lopes, biólogo e criador de abelhas sem ferrão, a melhor maneira de ajudar as abelhas é falar sobre a importância delas, fazer educação ambiental, passar informação para que as pessoas conheçam e passem a defender elas.

Mas você sabia que pode criar uma colmeia de abelhas sem ferrão em casa? Guilherme é um dos vários paulistanos que mantêm uma (ou mais) “caixinha de abelhas” em casa. Ele mora no Jardim Santa Maria, zona leste de São Paulo. “Na minha casa eu crio Mandaçaia, Guaraipo, Jataí e Tubuna. A espécie mais comum pra quem vai começar é a Jataí, por ser mais fácil de encontra e capturar em iscas. Mas uma espécie muito resistente e rústica que aconselho é a Mandaçaia, muito popular entre os criadores. São as duas que indico.”

E é nesse momento em que a mente da maioria das pessoas explode. Criar abelhas em casa? Jataí? Mandaçaia? O quê??

Pois é! Existem várias espécies de abelhas sem ferrão disponíveis na Natureza e que você pode criar na sua casa. As abelhas são animais silvestres que não precisam do ser humano para oferecer alimentos. “Elas estão nas nossas caixas, precisam de atenção e cuidados básicos, mas possuem vida livre e buscam seus próprios recursos sozinhas no ambiente. Diferente do pet que é um animal domesticado e totalmente dependente do ser humano que precisam de medicamentos, ração, e nossa proteção e dedicação para poderem ter uma vida saudável”, explica Guilherme.

As tais “caixas de abelha” são do tamanho de uma caixa de sapato e não precisam de muitos cuidados. O local escolhido para sua caixa deve ficar longe do sol, chuva, fumaça (como churrasqueiras), materiais de limpeza e inseticidas.

E a pergunta que não quer calar: as abelhas sem ferrão produzem mel?
Sim. Nos meses de muitas flores – como na primavera – e na medida certa, também será possível que você e sua família tomem o mel produzido pela sua colmeia.

O mel das abelhas nativas é extremamente saudável, aumenta a resistência do organismo, é ótimo para a flora intestinal, ajuda na redução das varizes e no campo neuro-psíquico, além de ser utilizado no tratamento da depressão e da insônia.

Ajude as abelhas!
Pesquise e converse com os amigos. A informação é a melhor aliada.

Fontes: GreenPeace / Alphanews

Atualizado em 03/2021
Foto por Bianca Ackermann em Unsplash

Sobre o autor

Teve a ideia de criar o Sobreviva em São Paulo, foi lá e fez. Jornalista, trabalha com social media e gosta de uns rolês roots. Acampa no mato, sobe montanha e vive na selva de pedra. Já quis ser detetive, salvar o mundo e fugir com os ciganos. Tem uma relação de amor e ódio com São Paulo, fica para ouvir músicos de rua e corre para nunca chegar atrasada.

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