Monsters of Rock 2025: noite histórica no Allianz Parque honra o legado de 30 anos do festival

Monsters of Rock 2025: noite histórica no Allianz Parque honra o legado de 30 anos do festival

Não é fácil um festival com várias atrações manter um alto nível de shows do começo ao fim. Mas foi exatamente isso que aconteceu na 8ª edição do Monsters of Rock, realizada no dia 19 de abril de 2025, no Allianz Parque, em São Paulo. Celebrando os 30 anos do tradicional festival, o evento reuniu sete bandas internacionais em uma maratona musical que começou às 11h30 da manhã e só terminou à noite, com o público extasiado diante do último e mais aguardado show do evento, protagonizado com louvor pelo Scorpions (foto no topo). No Monsters of Rock 2025, a qualidade das performances garantiu uma experiência memorável para os fãs do bom e velho rock pesado.

A primeira banda a subir ao palco foi o Stratovarius, às 11h30, em pleno calor que aquele fim de manhã reservou para São Paulo. Ainda com o estádio enchendo, o quinteto finlandês não se intimidou e entregou um show vibrante de power metal, empolgando quem já havia garantido seu lugar próximo ao palco. Suas músicas melódicas e, ao mesmo tempo, com riffs marcantes, foram mais que suficientes para começar o festival com a energia lá no alto. Ao todo, o setlist do grupo liderado pelo virtuoso vocalista Timo Kotipelto teve 10 músicas. 

Stratovarius

Na sequência, o Opeth trouxe uma sonoridade mais densa, complexa e não linear – já que mesclava momentos melódicos com outros mais pesados. Os suecos foram a banda “fora da curva” no lineup por conta de sua sonoridade baseada no metal progressivo, mas surpreenderam positivamente. Mesmo que muitos ali não conhecessem bem o repertório, a performance despertou atenção, foi respeitada e aplaudida. Com arranjos intrincados e atmosfera soturna, o vocalista Mikael Åkerfeldt e companhia conquistaram novos fãs, além de terem agradado a parcela de pessoas que já conheciam seu trabalho.

Opeth

O Queensrÿche assumiu o palco logo depois e deu uma verdadeira aula de metal melódico. O frontman Todd La Torre, com timbre agudo e potente, teve grande destaque na apresentação. A banda norte-americana fez um set coeso e técnico, mostrando porque continua sendo influência para outras bandas do gênero mesmo após décadas de seu surgimento e depois de ter passado por mudanças na formação, incluindo a entrada do próprio La Torre, em 2012, substituindo o antigo vocalista, Geoff Tate.

Queensryche

Um dos momentos mais esperados do dia ficou por conta do retorno do Savatage, que estava longe dos palcos há aproximadamente uma década. Com o vocalista Zak Stevens à frente, a banda reviveu sua trajetória com intensidade, mas o ápice veio em “Believe”: um vídeo de Jon Oliva – o vocalista original, que não veio país por estar com uma lesão que o impede de se apresentar –  tocando piano e cantando os primeiros versos, apareceu nos telões e trouxe certa emoção ao público. A música seguiu com Zak cantando e a banda tocando ao vivo no palco, e foi encerrada com uma nova “participação” de Oliva, completando a canção. Na execução das outras canções do set, o Savatage não decepcionou e entregou o entusiasmo que o público estava esperando. Em certo momento, Zak pegou algumas bolas de futebol e chutou em direção ao público, numa espécie de brincadeira com a plateia. Uma fã, inesperadamente, invadiu o palco e chegou próxima ao cantor, mas logo foi contida por seguranças.

Savatage

Quando a noite já dava seus primeiros sinais sob o Allianz Parque, o Europe deu o ar da graça e mostrou porque é uma das bandas de rock mais icônicas dos anos 80, tendo músicas presentes na maioria das playlists que contam a história do gênero. Hits como “Carrie”, “Cherokee” e, claro, “The Final Countdown”, foram entoados em coro por um público que pulava e cantava com empolgação. A quinta performance do dia foi animada e bem conduzida, garantindo ao Europe um dos shows mais animados do evento.

Europe

Quando o Judas Priest subiu ao palco, a expectativa já estava nas alturas — e foi plenamente correspondida. Rob Halford mostrou toda a sua majestade de vocalista adorado no mundo do heavy metal. “Breaking the Law” levou o Allianz ao delírio, enquanto “Painkiller” fez o chão tremer. Como de costume, em “Hell Bent for Leather”, Halford manteve sua tradicional entrada triunfal ao palco com uma motocicleta.

Além dos clássicos, o Judas Priest tocou músicas do mais novo álbum, o elogiado ‘Invincible Shield’ (2024), incluindo “Crown of Horns”, faixa mais lenta e vencedora de prêmios internacionais. No final da apresentação, o telão exibia a mensagem “The Priest will be back”, o que arrancou suspiros dos fãs.

Judas Priest

O encerramento não poderia ter sido mais épico. Debaixo de uma chuva que hora era fraca, hora ficava um pouco mais intensa, mas que em nenhum momento espantou o público, o Scorpions foi a última banda a se apresentar e mostrou porque tem uma enorme e fiel legião de fãs no Brasil. O setlist foi recheado de sucessos, e o público cantava cada refrão como se fosse o show de suas vidas. “Send me an Angel”, “Wind of Change”, “Tease me Please me”, “Big City Nights” e “Still Loving You” foram algumas das canções que levaram a plateia ao delírio, além de um maravilhoso solo de bateria do experientíssimo Mikkey Dee. 

Nas duas últimas músicas, a poderosa “Blackout” e a explosiva “Rock You Like a Hurricane”, quando a chuva já não fazia mais parte da noite, um escorpião mecânico gigante surgiu no palco, movendo suas garras e cauda, dando ares teatrais à performance – que já era espetacular.

Realizar esta edição de 30 anos do Monsters com o Scorpions como headliner é algo emblemático, visto que a banda alemã liderada por Klaus Meine também está atingindo uma marca histórica: em 2025, o Scorpions celebra 60 anos de existência – algo muito raro de se ver no cenário mainstream!

Trinta anos depois da primeira edição, o Monsters of Rock segue provando que o tempo só fortalece a chama do rock. Com shows de tirar o fôlego, a edição de 2025 é mais uma que deixou memórias únicas em quem viu de perto. Que venham os próximos rugidos dos monstros do rock!

Fotos: Piero Paglarin

Sobre o autor

Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!

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