Guns n’ Roses faz história no Allianz Parque em show que mesclou clássicos, músicas novas e covers

O Allianz Parque recebeu, na noite de 25 de outubro, um dos shows mais aguardados do ano para os rockeiros mais saudosistas: o retorno do Guns N’ Roses a São Paulo, que esgotou todos os ingressos disponíveis em pouquíssimo tempo. Com uma formação liderada pelos veteranos Axl Rose (vocal), Slash (guitarra), Duff McKagan (baixo) e Dizzy Reed (teclado e percussão), mas que contou também com Richard Fortus (guitarra), Melissa Reese (teclado) e Isaac Carpenter (bateria), que entrou no grupo em 2025, a banda mostrou que continua sabendo transformar um estádio lotado em uma celebração de puro rock’n’roll. O show se estendeu por pouco mais de três horas, somando 31 músicas em um setlist heterogêneo, dinâmico e, para muitos, emocionante.

Raimundos na abertura

Na abertura da noite, o Raimundos foi a banda que subiu ao palco para esquentar os motores das milhares de pessoas que já guardavam seus lugares na pista ou nas arquibancadas para o que estaria por vir. Banda que perdeu o vocalista original, Rodolfo Abrantes, no início dos anos 2000, mas se recompôs – mesmo sem o brilho dos tempos áureos – com o guitarrista Digão assumindo os vocais, o Raimundos conseguiu fazer um show que envolveu o público. Para isso, o repertório da banda foi baseado em sucessos que ganharam as rádios e a tela da MTV Brasil no final do século passado, como ‘Me Lambe’, ‘I Saw You Saying (That You Say That You Saw)’, ‘Puteiro em João Pessoa’, ‘A Mais Pedida’ e ‘Mulher de Fases’, encerrando com ‘Eu Quero Ver o Oco’. Em meio a esse clima nostálgico, foi nítida a emoção de Digão (que nunca tinha pisado no Allianz Parque) em vários momentos da performance.

Guns n’ Roses

Em um show que começou pontualmente, diante de um público formado por pessoas de todas as idades, desde crianças e adolescentes até senhores de cabelos brancos, o repertório do Guns n’ Roses passeou entre os sucessos antigos e esperados por todos, como ‘Welcome to the Jungle’ (que iniciou a performance), ‘Estranged’, ‘Yesterdays’, ‘Don’t Cry’, ‘Knockin` on Heaven’s Door’, ‘You Could Be Mine’ e ‘Sweet Child O’ Mine’, entre outros; músicas mais recentes, como ‘Chinese Democracy’, ‘The General’, ‘Perhaps’, ‘Hard Skool’ e ‘Absurd’; e covers que completaram a festa, como Slither (Velvet Revolver), Wichita Lineman (Jimmy Webb) e ‘Thunder and Lightning’ (Thin Lizzy), que teve Duff no vocal; além de ‘Sabbath Bloody Sabbath’ e ‘Never Say Die’, do Black Sabath, em uma emocionante homenagem a Ozzy Osbourne (1948 – 2025). Em vários momentos, o público e Axl pareciam formar uma só voz, especialmente nos clássicos que marcaram a história da banda. O vocalista, incansável, movimentou-se intensamente pelo palco, trocando de figurino com certa frequência a partir da segunda metade da apresentação e demonstrando muito prazer em estar fazendo o que o consagrou, mesmo que sua voz não seja a mesma dos anos 80 e 90.

Os solos de guitarra de Slash foram outro capítulo à parte. O icônico guitarrista brilhou intensamente, transformando cada solo em um espetáculo próprio. Os pontos mais altos do show foram ‘Sweet Child O` Mine’, uma das músicas do rock mais emblemáticas e populares de todos os tempos, e ‘November Rain’, quando Axl assumiu o piano e Slash hipnotizou a plateia com o icônico solo, que ecoou pelo estádio. Durante tudo isso, os músicos mostraram muito entrosamento entre si.

A performance terminou com ‘Paradise City’, em meio a um fim de noite que somou horas inesquecíveis e marcantes de nostalgia e diversão à vida das milhares de pessoas que testemunharam a ocasião. Assim, o Guns n’ Roses mais uma vez fez história, se tornando a banda internacional que mais levou público ao Allianz Parque, e também mostrou a imponente força que o rock nunca vai deixar de ter.

Confira o setlist executado pelo Guns n` Roses em 25/10/25, no Allianz Parque, em São Paulo:

Welcome to the Jungle
Bad Obsession
Chinese Democracy
Pretty Tied Up
Mr. Brownstone
It’s So Easy
The General
Perhaps
Slither (Velvet Revolver)
Live and Let Die
Hard Skool
Wichita Lineman (Jimmy Webb)
Sabbath Bloody Sabbath (Black Sabbath)
Never Say Die (Black Sabbath)
Estranged
Yesterdays
Double Talkin’ Jive
Don’t Cry
Thunder and Lightning (Thin Lizzy)
Absurd
Rocket Queen
Knockin’ on Heaven’s Door
You Could Be Mine
Sol de guitarra de Slash
Sweet Child o’ Mine
Civil War
November Rain
This I Love
Human Being (New York Dolls)
Nightrain
Paradise City

Fotos: Piero Paglarin

Sobre o autor

Piero Paglarin

Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!