Bangers Open Air se solidifica como principal festival de heavy metal do país e já anuncia nova edição

Bangers Open Air se solidifica como principal festival de heavy metal do país e já anuncia nova edição

É fato que o heavy metal não é um dos gêneros mais populares do Brasil; aliás, muuuito longe disso. Mas é fato também que o estilo possui fãs fiéis por todo o país, pessoas que têm o rock pesado como um estilo de vida. O sucesso do Bangers Open Air é prova disso. Festival que é o maior do gênero no país, o Bangers realizou sua 3ª edição (a primeira com esse nome, já que antes chamava ‘Summer Breeze Brasil’) nos dias 2, 3 e 4 de maio, com a sexta-feira, dia 2, sendo o chamado Warm Up, um aquecimento para o que viria nos dias posteriores. O local foi o mesmo das edições passadas: o Memorial da América Latina, em São Paulo, que oferece espaço adequado para que o evento disponibilize seus 4 palcos e outras atrações, como os eventos paralelos e as áreas de alimentação e merchandising, permitindo que o público escolha livremente como aproveitar o tempo no festival.

Conhecido por reunir dezenas de bandas de renome do heavy metal mundial e fazê-las se apresentar em shows simultâneos, divididos em 4 palcos, o Bangers, mais uma vez, não decepcionou. Depois do agitado e digno Warm Up da sexta-feira, que contou com shows do Kissin’ Dynamite; das freiras metaleiras do Dogma; do Armored Saint; do Pretty Maids; da rainha do metal, Doro; e de Glenn Hughes, o sábado e o domingo tiveram milhares de pessoas apreciando alguns dos mais adorados subgêneros do heavy metal.

Sábado, 3 de maio

O segundo dia do Bangers Open Air 2025 começou logo com uma atração internacional: as meninas suíças do Burning Wtiches abriram o evento antes do meio-dia no Ice Stage, um dos palcos principais, ao lado (literalmente) do Hot Stage. Pouco tempo depois, o Viper, uma das mais conhecidas atrações nacionais deste ano, subia ao palco Sun Stage, do outro lado da passarela aérea do Memorial.

O 4° palco do evento, conhecido como Waves Stage, teve uma mudança em relação à edição de 2024: antes em área aberta, desta vez o Waves Stage foi alocado na arena coberta do Memorial, sendo o único palco que não era “open air” e tinha cadeiras para o público se acomodar se quisesse. Neste palco, foram as bandas brasileiras que, majoritariamente, fizeram a festa: Gloria Perpetua, Válvera, Malefactor e Carro Bomba se apresentaram no local, além do Pressive, que veio do México, e o grupo chinês Dream Spirit, única atração asiática do Bangers.

O Waves Stage foi o palco coberto do Bangers Open Air 2025

Nos palcos principais, uma verdadeira alternância de estilos garantiu a pluralidade rockeira do evento. Com um set que incluiu um cover de Black Sabbath, o H.E.A.T. mostrou seu hard rock no Hot Stage, seguido pelo crossover thrash cru e agressivo do Municipal Waste no Ice Stage, comandado pelo tagarela e engraçado vocalista Tony Foresta. No Sun Stage, outra atração notável do hard rock se apresentava – era o Dynazty, cujo vocalista, Nils Molin, mostrou uma extensão vocal digna de inveja.

Dynazty

Contrastando com sua identidade visual repleta de neve e elementos nórdicos que remetem ao frio, o Sonata Arctica fez um show grandioso sob o calor que banhava o Hot Stage no meio da tarde, chegando a emocionar o público na execução da melodiosa “Replica” e pedindo para a plateia cantar “sozinha” os primeiros trechos de “Full Moon”, o que foi prontamente atendido. Porém, os fãs da banda finlandesa sentiram falta da baladinha “Tallulah”, que o grupo não costuma deixar de fora dos shows, mas deixou desta vez. Na sequência, o Kamelot entrou com seu “metal espadinha” no Ice Stage, mostrando a todos a intensidade de suas músicas. Aliás, o Kamelot é a única atração que tinha shows programados nos dois principais dias do evento, já que, no domingo, entrou como substituto do I Prevail, que dias antes cancelou a participação no Bangers.

O Saxon, uma das bandas mais tradicionais do metal clássico, foi escalado para tocar no Hot Stage entre o fim da tarde e o início da noite – e fez seu trabalho com sucesso, atendendo a expectativa de um dos shows mais esperados do dia.

No final da tarde, o Sun Stage pegava fogo com bandas conhecidas pela sisudez de suas músicas: depois do Matanza Ritual – outra atração brasileira – terminar seu show, o Ensiferum e o Dark Angel realizaram performances repletas de peso até as 20h.

Ensiferum

Ao mesmo tempo, o Powerwolf lotava o Ice Stage com sua apresentação que unia teatralidade, interação com a plateia e refrões que lembram cânticos medievais, tendo como protagonista o simpático vocalista alemão Attila Dom. Já rumando para o fim das apresentações deste dia, o Sabaton botou fogo no Hot Stage com um show explosivo e técnico; enquanto no Sun Stage era o duo alemão Lacrimosa, adorado entre os góticos, que fechava de vez a noite.

Powerwolf

Domingo, 4 de maio

Dia derradeiro do Bangers Open Air, o domingo foi marcado pela dualidade entre bandas melódicas e bandas pesadas, mas com outras variações acontecendo ao longo do dia. No time das bandas melódicas, destaques para o Kamelot (em seu 2° show no evento); o Blind Guardian, que já participou do evento em 2023 e fez um dos shows mais elogiados daquela edição; e o Avantasia (foto no topo), com seu show teatral – com direito a cenário e figurino. Nesta performance do Avantasia, que encerrou esta edição do festival, o vocalista e idealizador do grupo, Tobias Sammet, contou com músicos convidados que dividiram o palco e os vocais com ele em algumas músicas, como Eric Martin, do Mr. Big, em “Dying for an Angel” e “Twisted Mind”, Tommy Karevik, do Kamelot, que cantou “The Witch” com Sammet, e Ronnie Atkins, do Pretty Maids; entre outros. Sua marca registrada, Sammet não parava de elogiar a plateia que prestigiava seu aclamado projeto musical, da mesma forma que fez em 2023, quando o Avantasia integrou a edição de estreia do evento.

Blind Guardian

Do lado das “bandas pesadas”, os destaques ficaram por conta do Vader; de Kerry King, eterno guitarrista do Slayer, que veio ao país mostrar seu projeto com uma nova banda que leva seu nome; o Nile, que tinha três vocalistas com guturais diferentes, de um mais ameno ao mais grave; e o Destruction, que fez uma das rodinhas de bate-cabeça mais animadas do dia no Sun Stage, com direito a sinalizador. Com certeza, esse quarteto foi um prato cheio pra quem gosta do heavy metal que faz jus ao nome – com muito peso e distorção.

Nile

No meio do caminho entre a melodia e a distorção agressiva, bandas como Beyond the Black, Paradise Lost, Haken – esta com uma sonoridade peculiar que reveza peso com melodias sonoras minimalistas e quase acústicas – também realizaram suas performances com sucesso. Mas o aguardadíssimo W.A.S.P merece uma menção a parte. A banda californiana de glam metal, com mais de 40 anos de experiência, mostrou que o tempo não passou para o vocalista Blackie Lawless, que liderou os outros integrantes a entregar um show fenomenal, com hits como “I Wanna Be Somebody”, que abriu a performance, “Sleeping (in the fire)” – que teve um solo de guitarra estendido e bem melodioso, “On Your Knees”, “Wild Child” e “Blind in Texas”, entre outros. Em certo momento do show, Lawless chamou ao palco o baterista brasileiro Aquiles Priester, que é ex-membro da banda. Sozinho com o microfone por alguns minutos, Aquiles fez questão de agradecer ao público presente por estar fazendo daquela noite uma verdadeira celebração do heavy metal e mencionou que muitas bandas participantes elogiaram a organização do festival. Na sequência, o músico tocou bateria em algumas canções restantes do set do W.A.S.P.

W.A.S.P

Quanto às bandas brasileiras que tocaram no domingo, o Black Pantera, com seu metal ativista e de protesto, e o Dorsal Atlântica, se destacam perante nomes promissores e emergentes como Hatefulmurder, Ready to be Hated, Hibria, Maestrick, Warshipper e o teatral e obscuro The Heathen Scythe, que fechou o Waves Stage.

Eventos paralelos

Uma das características próprias do Bangers Open Air são os eventos que acontecem no Memorial ao mesmo tempo em que os shows são realizados. Neste ano, mais uma vez, o festival ganhou o reforço da Horror Expo Experience, uma versão reduzida da Horror Expo Brasil, que levou cosplays de personagens do cinema de horror para transitar entre o público, além de estandes e expositores de itens relativos ao universo fantástico, como colecionáveis, bijouterias, artigos medievais e itens fonográficos e audiovisuais, como CDs, LPs, DVDs e Blue-Rays; entre outras coisas. A Tattoo Fest também foi um evento paralelo, levando aos visitantes do Bangers a oportunidade de se tatuarem na hora e conhecerem estúdios e novidades do mundo das tattoos.

Vai rolar Bangers em 2026!

Após o fim do Bangers Open Air 2025, a boa notícia que fica para os fãs do festival é que sua 4ª edição já foi confirmada para 25 e 26 de abril de 2026. Mais do que anunciar as datas, o evento divulgou também que os blind tickets começam a ser vendidos no dia 06 de maio, às 14h, em clubedoingresso.com.

Os blind tickets do Bangers Open Air 2026 dão direito a acesso de pista comum válido para os dois dias do festival; copo oficial da 4ª edição com a frase “Eu Fui”; entrada exclusiva na portaria principal do Portão 12; e acesso à pré-party oficial em São Paulo, junto com artistas e parceiros. Os organizadores ressaltam que esses blind tickets serão um lote promocional, com preço especial e por tempo limitado. Nos vemos em 2026!

Fotos: Piero Paglarin

 

Observação: o Sobreviva em São Paulo não se responsabiliza por possíveis mudanças nas informações acima, que são válidas até a data de publicação.

Sobre o autor

Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!

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