Houston: Temos um problema

Houston: Temos um problema

Olhei para o relógio: 22h54.

E o texto para o blog? Não fiz. Será que devo mandar uma mensagem para meu editor e dizer que não deu tempo? Que fiquei bêbado o fim de semana inteiro e acordei com a cabeça latejando? Ou talvez pedir para ele mais alguns dias. Jurar que não vou deixar para última hora na semana que vem, dizer que foi tudo um mal-entendido e correr amanhã cedo para fazer o texto?

Não seria grande novidade. Digo que roubaram meu bloquinho de anotações e lá estavam palavras que aumentariam e muito as visualizações no blog! Genial! Talvez eu possa fantasiar um pouco e dizer que havia preparado imagens bombásticas sobre um tema ainda inédito. Quem sabe dizer que faria uma visita a um restaurante, e no final dizer que o carro quebrou? Justo.

Vi em algum lugar, talvez no programa Saia Justa, do GNT, sobre o ato de procrastinar. Palavra difícil, né? Quase deixei de falar dela, tamanha a minha preguiça.

Olho pro relógio: 11h14.

Procrastinar (Etm. do latim: procrastinare)
v.t.d. e v.i. Adiar; deixar alguma coisa para depois: procrastinei o começo do trabalho.
Transferir a realização de alguma coisa para um outro momento; prorrogar para outro dia: procrastinei a viagem para o ano que vem.

Acredito que o grande mal das pessoas criativas, ou que pensam em coisas demais, talvez seja o fato de acreditar que pode fazer coisas além do que todos conseguem. Talvez o fato de ser jovem seja o consolo e combustível que te faça imaginar que o mundo é seu e você pode sim fazer tudo que quiser. Mas como tudo na vida, há seus poréns e entretantos. Muitos estudam, trabalham e gostam de assistir televisão quando chegam em casa. Outros gostam de ler um pouco, ou jogar videogame, pintar seus livros de colorir antiestresse.

Que sono.. mas é preciso começar o texto, meus chefes vão me matar!

Já eu, gosto do fato de relaxar um pouco, se isso é conceito de relaxar, lendo meu livro e dividindo a atenção das páginas com a tela luminosa do meu celular. O fato mais interessante é: quase nunca estou escrevendo o texto para o blog. Quando comecei, em janeiro de 2015, me comprometi a entregar um texto por semana, para ser publicado na segunda-feira, que tenho cumprido com afinco. Como estudante de jornalismo, aprendi e entendi o quanto é importante entregar uma matéria no prazo estabelecido pelo editor. Difícil é fazer o estudo ser aplicado na prática. Difícil é não chegar a mais um domingo sem um texto para entregar pra chefia.

Passam das 23h37, o tic-tac me pressiona a dormir. São menos de 5 horas de sono antes de acordar.

Talvez se eu dedicasse 20 minutos, entre segunda e quinta-feira, escreveria textos melhores, sem correria. Eu procrastinei, eu confesso! Devo, não nego, publico assim que puder! Acho que amanhã farei uma pesquisa sobre a procrastinação. Vi que há diferenças entre isso e a preguiça, e me interessei. Quem sabe não seja uma forma melhor de se safar. “Desculpa professor, eu procrastinei e não consegui entregar o artigo na data estipulada”. Que tal?

Procrastinação, preguiça ou sem-vergonhice, o fato é que hoje não tem texto para o Sobreviva em São Paulo. Quem sabe na segunda que vem?

Atualizado em 03/2021

Sobre o autor

Estudante de Jornalismo, apaixonado por livros e pelas curiosidades da cidade de São Paulo, além de ser co-fundador do Sobreviva em São Paulo. Em seu tempo livre, se arrisca na cozinha e escreve sobre suas experiências. É um pouco agitado demais e sempre mergulha de cabeça em muitos projetos simultâneos. Ah, e também escreve sobre saúde e nutrição na revista Men’s Health. “Com um bloquinho, uma caneta na mão há muita história pra contar”.

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