Alguém me explica, por favor, os bastidores da sociedade paulista?

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Primeiro final de semana de julho, muito frio em São Paulo. Um evento promovido pelo alto clero me levou a reflexão. Não citarei nomes a minha intenção é entender algumas motivações não atacar.

Seguem abaixo os motivos que provocaram tal inquietação:

Antes do evento começou a corrida maluca, pessoas vendendo a alma, o corpo, o espírito para entrar no dia do lançamento restrito a convidados.

A pergunta é: – Qual é o traje?

No grande dia apareceu de tudo mulheres com sobretudos elegantes, outras vestidas para receber o Oscar, gente de jeans, com pouca, com muita e até sem nenhuma roupa. Traduzindo as de casaco são as que perceberam que estava extremamente frio. As que estavam vestidas para receber o Oscar eram as que acharam que o evento patrocinado iria reunir magnatas que poderiam ser a sua grande chance de subir na vida, entre as que escolheram o vestido longo também tinham as que nunca foram em um evento deste naipe e definitivamente não pertenciam à alta sociedade, com exceção da repórter não formada em jornalismo, porém muito bonita, que supriu o seu déficit de comunicação fazendo várias oficinas no Senac e que hoje se mantém na vaga de colunista social. Os de jeans realmente eram da elite, mas não se engane jeans não é símbolo de simplicidade, aliás, ninguém ali era simples.

O formato era o seguinte primeiro dia era fechado para convidados e open bar já no segundo dia as atrações eram grátis para quem adquiriu o ingresso de R$38. A comida era a parte.

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Uma emissora, destas que não são grande impressa e as apresentadoras pagam horário, chegou ao momento estratégico (nem muito cedo para não serem os primeiros e nem muito tarde para encontrar alguém ainda sóbrio), mas não provou nada da gastronomia porque os restaurantes que esperavam mil e quinhentas pessoas não tinham comida suficiente se quer para quinhentas pessoas e os bons observadores perceberam que na primeira hora do evento muitos expositores já não tinham comida, isto porque não tinham metade dos participantes. Detalhe, os profissionais desta emissora depois de se matarem de tanta adulação tiveram os seus nomes na lista, acrescentados por uma assessora que se quer fizeram questão de cumprimentar uma vez que já estavam na festa. A edição perfeita dos vídeos e fotos excluiu a falta de comida, a péssima organização, a postura mesquinha de algumas pessoas.Alias a organização, predominantemente estrangeira, tratando com indiferença os brasileiros, implorando para que o pavilhão vazio enchesse, melhor não, a comida tinha acabado.

A direção artística permitiu, ou melhor, tolerou a participação de um grupo musical e não o atendeu nem antes, nem durante e muito menos após o evento. Será medo de dizer

não? Às vezes um sim dói mais que um não e antes aquele grupou não tivesse participado da festividade e de fato não participou. O objetivo da comemoração era fomentar uma determinada cultura. Cultura, sei.

E a ficha rosa se trocando no banheiro , pelada na frente de um menino que usava o banheiro feminino com a mãe no dia aberto ao público onde a divulgação anunciará festa para as crianças . Só não divulgaram que teria festa para os marmanjos também.

A vendedora que prospectou os patrocinadores, como todo bom adulador, bajulava quem convinha e destratava quem não era de interesse (o grupo musical, por exemplo). Como todo bom emergente praticava o seu hobby preferido, pisar nos outros. Esbanjando a sua arrogância pelo salão remontando os primórdios quando a Europa imperialista pisava nos nativos trocando riquezas por quinquilharia através de escambo. Afirmando o seu desdém, sua soberba, afirmando a sua síndrome de superioridade.

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Celebridade homossexual que chegou acompanhado com uma suposta namorada, noiva, esposa, ué?! Fake. Já esclareço que o comentário não é homofóbico, mas ao contrario todos se questionavam e gostariam de vê-lo com sua verdadeira identidade sexual. Esta não era a única duvida tinham outras… Porque é tão difícil assumir que a expectativa de publico não foi atingida? Porque não assumir que a intenção era apenas arrancar dinheiro e que na verdade os organizadores detestam o Brasil? O que os patrocinadores ganham com este tipo de iniciativa?

Gente que abordava os famosos repentinamente tirava fotos e depois compartilhava nas redes sociais como se fossem melhores amigos. Estas pessoas precisavam ressarcir de alguma forma o valor do táxi. O local não tinha estacionamento e muitas não tinham carro mesmo, todavia queriam impressionar.

E finalizado o evento ficam os selfies : – Maravilhoso! Parabéns pela iniciativa! Melhor gastronomia! Inesquecível! Incrível!

Breve resumo da noite paulista.

Clarice Tatyer – Sou repórter, assessora de imprensa, locutora e apresentadora. Descobri no jornalismo um meio de entender outras culturas e torná-las entendíveis e comuns á todos. Atualmente faço reportagem para a TV Cidadania, apresento o programa Chá de Mulheres, assessoro dois clientes em São Paulo e colaboro para alguns sites e blogs.

Sobre o autor

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