Rockfest trouxe uma boa amostra da história do rock para São Paulo

Rockfest trouxe uma boa amostra da história do rock para São Paulo

Calças de couro, vocais agudos e graves, solos de guitarra e de bateria e muitos, muitos clássicos do hard rock – assim foi o Rockfest, festival organizado pela produtora Mercury Concerts que reuniu ontem (21/09), no Allianz Parque, quatro grandes nomes do rock mundial e a atração nacional Armored Dawn.

Scorpions, Whitesnake, Helloween, Europe e a já citada banda brasileira foram os grupos selecionados para o festival e responsáveis por corresponder a expectativa da plateia – tarefa que cumpriram com maestria.

Armored Dawn
O Armored Dawn, um dos nomes em evidência no atual cenário do heavy metal brasileiro, abriu os trabalhos no Allianz Parque, que já começava a receber um fluxo considerável de pessoas. Com um show bastante competente, a banda paulista mostrou ao público seu “metal medieval” e levou ao estádio muitos fãs que, assim como o vocalista Eduardo Parras, tinham alguns riscos pretos pintados na bochecha, como uma marca registrada da banda.

Eduardo Parras, vocalista do Armored Dawn (foto: Ricardo Matsukawa)

Europe
Depois do Armored Dawn, foi a vez do Europe, a primeira atração internacional, subir ao palco. Os suecos realizaram seu show e não fizeram feio – muito pelo contrário. Em uma apresentação empolgante, a banda deixou claro porque está há quatro décadas no rol das bandas mais renomadas do hard rock mundial. Os destaques do agradável show do grupo foram a baladinha “Carrie”, “Cherokee”, “Rock the Night” e uma verdadeira lenda do rock: “The Final Countdown”, que fechou a a presentação e fez o Allianz Parque pular com seus famosos riffs nos teclados.

Europe (foto: Piero Paglarin)

Helloween
Terceira atração da noite, o Helloween entrou em cena na sequência. Em plena “Pumpkins United World Tour”, a banda alemã trouxe ao Brasil seus dois vocalistas, Andi Deris e Michael Kiske, que se revezavam em algumas músicas e dividiam os vocais em outras. O quarteto de cordas – Markus Grosskopf (baixista), Michael Weikath (guitarrista), Sascha Gerstner (guitarrista) e Kai Hansen (guitarrista) – também brilhou e protagonizou performances repletas de técnica. Hansen, que já foi vocalista do Helloween por pouco tempo nos anos 80, ainda teve a oportunidade de cantar a pesada “Ride the Sky”.

Helloween (foto: Piero Paglarin)

É difícil citar um auge no show do Helloween, pois a todo momento os músicos – principalmente Andi Deris – agitavam a galera, seja conversando ou andando por todo o corredor central do palco. Deris até fez questão de lembrar que a banda estava tocando em substituição ao Megadeth, já que a banda norte-americana teve que cancelar sua participação no festival por conta de um tratamento que o vocalista Dave Mustaine teria que fazer contra um câncer de garganta. Deris pediu que o público fizesse pensamento positivo pela rápida recuperação de Mustaine.

Em uma apresentação que arrancou suspiros e sorrisos, o Helloween fechou seu show com “I Want Out” e, para surpresa de alguns, não tocou a baladinha “Forever and One”, uma de suas músicas mais conhecidas.

Michael Kiske e Andi Deris, os vocalistas do Helloween (foto: Ricardo Matsukawa)

Whitesnake
O Whitesnake, outra “sumidade” do hard rock, foi a banda que veio a seguir. Em uma performance digna do tamanho da banda e muito bem executada, o carismático vocalista David Coverdale e sua trupe entoaram os principais clássicos do grupo – que não são poucos! “Love Ain’t No Stranger”, a romântica “Is This Love”, “Here I Go Again” e “Still of the Night” são alguns deles. Mas músicas do álbum mais recente – “Flesh & Blood” (2019) – também não foram esquecidas. Do novo trabalho, o Whitesnake tocou “Hey You (You Make Me Rock)”, “Shut Up & Kiss Me” e “Trouble is Your Middlename”.

Algo peculiar no show do Whitesnake foram os solos: primeiro, os guitarristas Joel Hoekstra e Reb Beach travaram um alucinante duelo de solos de guitarra, mostrando ao Allianz Parque toda a sua habilidade; depois, o baterista Tommy Aldridge protagonizou um interminável e impressionante solo de bateria, misturando velocidade com técnica e arrancando aplausos.

Com uma apresentação magnífica, que traduz toda a sua bagagem no rock, o Whitesnake deixou o Allianz Parque em êxtase.

Megadeth (foto: Piero Paglarin)

Scorpions
Enfim, chegou a hora do Scorpions subir ao palco e mostrar porque é um nome gigante não só do rock, mas da música mundial. A banda surgiu em 1965 e ao longo do tempo grafou com tinta dourada seu nome no coração de muitos rockeiros pelo mundo.

Assistir a um show do Scorpions é fazer um passeio pela história do rock, e no Rockfest não poderia ser diferente. A banda subiu ao palco pontualmente – aliás, pontualidade foi algo comum em todas as apresentações do Rockfest – e começou sua apresentação tocando música atrás de música, com pouco conversa. Mas, quando parava para falar com o público, o vocalista Klaus Meine mostrava ser a simpatia em pessoa.

O cenário da apresentação também chamou a atenção, com os telões digitais revezando desenhos e artes que muitas vezes mostravam a bandeira brasileira e capas dos discos da banda.

Klaus Meine, vocalista do Scorpions (foto: Ricardo Matsukawa)

Em certo momento, o público presente pôde prestigiar um solo de bateria extremamente bem executado pelo baterista Mikkey Dee, o integrante mais recente da banda, tendo entrado no grupo em 2016. Para o solo de Dee, a base da bateria foi erguida por um estrutura de correntes e o músico tocou suspenso no ar, em um momento marcante do festival.

Quanto ao setlist, a lendária banda tocou 14 de seus hits, com destaques para “Coast to Coast”, “We Built This House”, a tranquila “Wind of Change”, “Blackout”, “Big City Nights”, a linda “Still Loving You” e o hino “Rock You Like A Hurricane”, sendo que as duas últimas encerraram o show do grupo europeu – e o Rockfest.

Em resumo, é certo dizer que o Rockfest fez jus à expectativa de fazer da noite de 21/09/2019 um momento inesquecível para os milhares de fãs de rock que estavam no Allianz Parque. Afinal, não é sempre que dá pra reunir em um único dia quatro grandes nomes do rock internacional e uma respeitada banda nacional. Que venham mais eventos assim!

Sobre o autor

Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!

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