Espetáculo “Havia um país aqui antes do carnaval” em cartaz no Teatro Paulo Eiró

Espetáculo “Havia um país aqui antes do carnaval” em cartaz no Teatro Paulo Eiró

Montagem do Teatro Kaus apresenta um recorte das diversas faces do Brasil e atravessa questões sociais, políticas e ambientais da atualidade. Com direção de Reginaldo Nascimento, o espetáculo reúne um elenco de dez artistas

Com texto inédito do dramaturgo Rudinei Borges, o espetáculo HAVIA UM PAÍS AQUI ANTES DO CARNAVAL segue em cartaz até o dia 13 de novembro, no TEATRO PAULO EIRÓ, com entrada franca. A peça apresenta um recorte das diversas faces do Brasil e atravessa questões sociais, políticas e ambientais da atualidade. A montagem do Teatro Kaus Cia Experimental tem direção de Reginaldo Nascimento e reúne um elenco de dez artistas. O trabalho foi beneficiado pelo Proac direto 38/21 da Secretaria de Economia Criativa do Estado de SP.

Escrita especialmente para o grupo, Havia um país aqui antes do Carnaval apresenta, em dez quadros, experiências vivenciadas por diferentes povos nesse Brasil de territórios vastos. A resistência dos territórios ameríndios, o caráter multifacetado dos cenários urbanos e as contradições dos espaços explorados pelo garimpo e destruídos pelas queimadas são alguns temas encenados na peça. O texto também homenageia alguns artistas reais como a performer amazônida Uýra Sodoma; o artista plástico do povo indígena Macuxi Jaider Esbell e a escultora de origem indígena Conceição de Freitas da Silva, conhecida como ‘’Conceição dos Bugres’’.

“A peça surge de uma “provocação” e uma “inquietação” do diretor Reginaldo Nascimento, entretanto, foi escrita com nuances totalmente autorais e inéditas, com um vocabulário de quem “abraça” os muitos brasis invisíveis. É uma obra do teatro narrativo, uma composição em 10 breviários em que a dor e a esperança se irmanam. Entre idas e vindas, pude adentrar realidades paradoxais que desvelam as mazelas da violência e da desigualdade social que alicerçam a vida no Brasil”, afirma o dramaturgo Rudinei Borges.

“É uma peça sobre a dor de ser brasileiro nas margens do país. Não é a história dos vencidos. É a história dos que resistem e querem vencer, apesar das intempéries. Vivi parte de minha vida no norte do Brasil, no sudoeste do Pará. A outra parte em vários bairros da imensa cidade de São Paulo. Viajei de ônibus por todas as regiões brasileiras. Assim, me fiz um observador de instantes e territórios imprecisos, mas conversar com as pessoas e ouvi-las me levou à tentativa de compreender a complexidade das existências e vivências”, conclui o autor.

“Após 14 anos dedicados a dramaturgia de língua hispânica, retomar o trabalho com a dramaturgia brasileira sempre foi um desejo. Queria trabalhar com uma obra inédita, escrita para o grupo por um dramaturgo brasileiro que pudesse narrar um Brasil distanciado da metrópole paulista, para além do conhecido eixo do Sudeste. Desejava olhar nossa própria história, o país que havia aqui, que foi sendo silenciado pelos apagamentos, pela destruição da fauna e da flora, pela ocupação desenfreada dos territórios indígenas e, sobretudo, por um estado de intolerância ao qual fomos lançados nos últimos anos”, afirma o diretor Reginaldo Nascimento.

“É um espetáculo épico narrativo que apresenta, em dez breviários de vidas, personagens e suas histórias espalhadas pelas beiradas do país. Gente de luta, de arte, indígenas, santeiros e religiosos, falsos crentes e benzedeiras, pessoas que vivem, matam e morrem, embrenhadas nos grotões do país. É uma investigação que caminhou por um Brasil afro-ameríndio de cantos, encantos e encantados, de luta e dor. Foram nove meses de trabalho para que pudéssemos compreender os tantos caminhos que iam surgindo ao longo da feitura da obra e contemplar, pelo menos um pouco, os tantos brasis que existem no Brasil”, finaliza o diretor.

O cenário, de Reginaldo Nascimento, traz a representação de um chão de terra batida, com alguns troncos de uma floresta que já não existe mais, contudo, o espaço cênico vai sendo transformado ao longo da peça. Os figurinos, de Telumi Helen, retratam as memórias do dia a dia dos personagens e ressaltam alguns seres míticos da natureza, da cura e da ancestralidade. A iluminação, de Denilson Marques, contribui com a ambientação dos espaços cênicos da peça.

A trilha sonora original foi composta pelos músicos Salloma Salomão e Gui Braz, que criaram músicas que permeiam as cenas, acentuando as passagens entre o lírico e popular. O espetáculo apresenta também cantos indígenas e de origem no candomblé, pesquisados por Reginaldo Nascimento e pela atriz Karol Piacentini, e conta ainda com alguns trechos da música Arreuni, do compositor e músico Chico Maranhão. A montagem tem orientação de movimento de Wellington Campos e orientação vocal de William Guedes. 

Para Roteiro

HAVIA UM PAÍS AQUI ANTES DO CARNAVAL – Estreou dia 3 de novembro de 2022, quinta-feira, às 21h. Texto: Rudinei Borges. Direção: Reginaldo Nascimento. Com o Teatro Kaus Cia Experimental. Elenco: Alessandra Rabelo, Aline Baracho, Amália Pereira, Evandro Netto, Gabriel Almeida, Karol Piacentini, Joel Rodrigues, Ricardo Marques, Rodrigo Ladeira e Tatiana Teodoro. Duração: 1h30 minutos. Gênero: Drama narrativo. Recomendação: 12 anos. Ingressos: Gratuitos. Quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h.

De 3 a 13 de novembro, no Teatro Paulo Eiró 

TEATRO PAULO EIRÓ – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro, São Paulo, SP. Telefone: (11) 5686-8440. Capacidade 468 lugares. Ingressos gratuitos na bilheteria, que abre uma hora antes do início do espetáculo. Venda de ingressos antecipados através da plataforma Sympla. Ar-condicionado. Acesso para pessoas com deficiência.

https://www.sympla.com.br/havia-um-pais-aqui-antes-do-carnaval__1763272

De 24 a 27 de novembro, no Teatro Cacilda Becker

TEATRO CACILDA BECKER – Rua Tito, 295 – Vila Romana, São Paulo, SP. Telefone: (11) 3864-4513. Capacidade 198 lugares. Bilheteria abre uma hora antes do início do espetáculo. Venda de ingressos antecipados através da plataforma Sympla. Ar-condicionado. Acesso para pessoas com deficiência.

Sinopse: Havia um país aqui antes do Carnaval apresenta, em dez breviários, um recorte das diversas faces do Brasil e atravessa questões sociais, políticas e ambientais da atualidade. A resistência dos territórios ameríndios, o caráter multifacetado dos cenários urbanos e as contradições dos espaços explorados pelo garimpo e destruídos pelas queimadas são alguns temas encenados na peça. O texto também homenageia alguns artistas reais como a performer amazônida Uýra Sodoma; o artista plástico do povo indígena Macuxi Jaider Esbell e a escultora de origem indígena Conceição de Freitas da Silva, conhecida como ‘’Conceição dos Bugres’’.

 

Sobre o autor

Desenvolvi a identidade visual do Sobreviva em São Paulo e criei o blog quando a página no Facebook tinha mais ou menos um ano. Atualmente, além de produzir contéudo para o blog e cuidar do back-end, tenho foco no gerenciamento dos perfis do Instagram e Pinterest. Sou graduado em publicidade e propaganda, pós graduado em gestão empresarial e marketing pela ESPM e trabalho em uma agência de publicidade.

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