Ansiedade: sintoma de cidade grande?

Ansiedade: sintoma de cidade grande?

Recentemente, durante a aula de Planejamento de Revista na faculdade, que eu gosto muito por sinal, acabei simplesmente dormindo na frente do computador. Foi algo maluco, sério, eu simplesmente apaguei de tanto sono depois de dar algumas ‘’pescadas’’, e fui acordado com um sonoro “Vai tomar um café!” dito pela minha namorada.

Eu recusei o café naquela hora e certo tempo depois, quando eu já estava mais acordado, chamei o professor para esclarecer uma dúvida rápida, e ele notou que eu estava um tanto quanto derrubado. Esse professor em específico é bem amigo meu e dos meus amigos da faculdade, e ele me perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim, mas que estava com um pouco de sono, daí ele fez uma pergunta que me fez pensar bastante: “Você é ansioso?”

Bem, eu sou muito ansioso. Eu roo as unhas até a carne, sofro por antecipação com tudo e tenho muitos problemas quando o assunto é confiança e incertezas. Identifico isso em mim e assumo, por isso, essa foi a minha resposta.

Nunca tinha parado para pensar na bagunça toda que a cidade grande causa na gente, no que a correria absurda pela qual passamos todos os dias pode chegar, e como isso tudo pode afetar nossa saúde. Logo o professor falou que isso em breve afetaria meu estômago, e mal sabia ele que já está afetando há certo tempo. Para que vocês tenham noção, até água me deixa ‘’embrulhado’’ dependendo da situação, ah sim! E para eu conseguir tomar, ela tem que estar extremamente gelada. Isso sem contar tudo que eu como e me deixa totalmente enjoado, pesado, como se qualquer coisa afetasse minha digestão negativamente.

Enfim, parei para pensar nisso desde então e ando tentando levar as coisas mais tranquilamente, sem sucesso nenhum, mas eu tento. Todo mundo me diz para relaxar, e que eu vou ficar mais velho e ter muitos outros problemas se continuar assim, mas não parece tão fácil resolver a questão.

Esse relato pessoal não é totalmente sem sentido. Eu só queria introduzir essa matéria publicada no último dia 16, com a qual me assustei, mas também (infelizmente) me identifiquei rapidamente: Índice de transtornos de ansiedade e depressão em SP é igual a de país em guerra

Paremos para pensar: todos os dias, a cada hora, um número incontável de pessoas faz trajetos estressantes e diferentes para todos os lados, elas se chocam, se esbarram, ficam no mesmo vagão e lotam as baldeações. Isso é MUITO enlouquecedor. Só PENSAR na greve que possivelmente (e provavelmente) teremos na quarta feira já nos faz tremer as pernas e começar a bolar planos para conseguirmos ir até nossos trabalhos, faculdades, escolas ou o que quer que seja.

Praticamente nada (pelo menos para mim) mantém sua cabeça calma e livre durante grande parte do dia, e é por isso que chegamos nesse índice absurdo. Mas talvez os errados sejamos nós, que não aproveitamos os pequenos prazeres da vida.

Um final de semana, um dia sem aula em que você pode sair mais cedo e aproveitar para ler aquele livro encostado há meses na estante, uma janta em um restaurante depois da faculdade, um almoço em família, um dia fora da rotina… a correria pode nos fazer sentir que nada supera esse sentimento maluco de pressa, nem por alguns instantes. Talvez ainda precisemos aprender a lidar com a cidade grande. Eu amo São Paulo, mas eu realmente ainda estou me adaptando a ela desde que ‘’ganhei a cidade’’ a alguns anos. Acho que preciso PARAR…

Opa!!! Estou atrasado!

Atualizado em 02/2021
Foto por @felipepelaquim em Unsplash

Sobre o autor

Um cara que é estudante de jornalismo (quase) dedicado, com uma barba ruiva que só vê barbeador (bem) de vez em quando e que gosta de tentar entender o que se passa pela cabeça das pessoas. Meio maluco, mas se entende com a bagunça que é sua mente, gosta de videogames e quadrinhos e é aficcionado por buscar explicações (não) científicas do mundo em que vocês acham que ele vive. Tudo isso enquanto toma uma xícara de chá e ouve discos de vinil de várias décadas atrás.

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