O inexplicável caos “de São Paulo”

O inexplicável caos “de São Paulo”

São Paulo é muito de ter suas coisas particulares. “Ah, o trânsito de São Paulo”, “Ah, o metrô de São Paulo”, “Ah, a vida em São Paulo”…enfim.

A questão aqui é que todas essas particularidades são perfeitamente perceptíveis e conhecidas de todos nós (paulistanos ou não) que habitam ou que já passaram por essas “bandas”. Mas, e quando algo parece acontecer, uma bagunça esquisita na cidade, e ninguém entende o porquê do “Caos de São Paulo”? Não sei se sou só eu. Realmente não posso afirmar quem pensa da mesma maneira, mas é simples: a cidade está um caos, e eu sinto isso, mas nada indica que algo levou a aquilo tudo. Olho para as ruas e tudo parece errado, surge até um certo medo de sair, de pisar fora de casa. Parece que algo vai acontecer a qualquer momento, mesmo que não tenha um motivo aparente para tal fato.

Faço o trajeto do trabalho para casa em 1h a mais do que o normal, mas simplesmente não sei dizer o que demorou. Conto passos, minutos, horas… tudo parece correto como sempre, mas o relógio ainda marca 18h30 ao invés de 17h30 quando eu largo, cansado, a minha mochila no chão do quarto. Chega a visita que mora algumas quadras abaixo: “Nossa, ainda bem que vim de moto, senão não teria chegado. Tudo parado!” Eu entendo, sei que tudo está parado (e quando não está?) e olho pela janela tentando compreender, ainda que pouco, o que está havendo com a cidade.

É como se São Paulo se vingasse de seus rótulos desagradáveis, entregando aos cidadãos algo que ninguém sabe explicar, que não pode ser traduzido como “o trânsito de São Paulo”, “o transporte de São Paulo”. Um caos verdadeiro, uma realidade que dura um dia, mas que ninguém pode descrever. Uma pequena amostra de que talvez, decididamente, não conheçamos ou compreendamos nem tudo “de São Paulo”.

Atualizado em 02/2020
Foto por sergio souza em Unsplash

Sobre o autor

Um cara que é estudante de jornalismo (quase) dedicado, com uma barba ruiva que só vê barbeador (bem) de vez em quando e que gosta de tentar entender o que se passa pela cabeça das pessoas. Meio maluco, mas se entende com a bagunça que é sua mente, gosta de videogames e quadrinhos e é aficcionado por buscar explicações (não) científicas do mundo em que vocês acham que ele vive. Tudo isso enquanto toma uma xícara de chá e ouve discos de vinil de várias décadas atrás.

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