Dropkick Murphys e Booze & Glory fazem show épico em São Paulo

Dropkick Murphys e Booze & Glory fazem show épico em São Paulo

Dropkick Murphys (foto: Rafael Cusato / ImagemUm)

Talvez o rock seja um dos gêneros musicais que mais tenham vertentes derivadas. Pop rock, heavy metal, hard rock, punk rock, indie rock, hardcore e mais uma infinidade de vertentes fazem parte do leque que o gênero nos apresenta. Tudo bem que nomenclaturas não importam absolutamente nada quando você gosta de uma música, pois essa música apenas agrada seus ouvidos e ponto final, mas temos que admitir que a diversidade sonora que o rock oferece é enorme.

Uma dessas várias vertentes é o celtic punk: uma curiosa mescla entre punk rock e música celta com pitadas de folk, que mistura instrumentos tipo gaita de fole, bandolim, acordeão etc. – típicos da cultura celta – com os instrumentos tradicionais de uma banda de rock. O celtic punk é pouco popular, mas possui seus grandes representantes e inúmeros fãs mundo afora.

A mais conhecida e conceituada banda do celtic punk mundial atende pela alcunha de Dropkick Murphys. Originada em Boston (EUA), o Dropkick Murphys tem 21 anos de carreira, construídos com seis álbuns de estúdio, três álbuns ao vivo e alguns EPs e coletâneas.

Atualmente, o Dropkick Murphys está presenteando seus fãs sul-americanos com uma turnê pelo continente com 4 países no roteiro, incluindo o Brasil, onde o grupo tocou em 3 capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Para esses shows, a banda trouxe um convidado mais que especial para fazer a apresentação de abertura: o Booze & Glory, renomada banda inglesa de street punk que também possui seus fãs por aqui. Ambos os grupos estão voltando ao país. Enquanto o Dropkick Murphys esteve por aqui pela primeira vez em 2014 com uma passagem elogiadíssima, o Booze & Glory fez sua estreia no país no ano passado.

O show das bandas em São Paulo foi o segundo desta tour e aconteceu no dia 28 de outubro, um sábado, na Tropical Butantã.

Abertos os portões da casa, alguns fãs já começavam a entrar. Uma hora depois, na batida das 19h, com a casa já mais cheia, o Booze & Glory fez-se valer da pontualidade britânica e subiu ao palco para começar os trabalhos da noite. Question Mark (vocal/guitarra), Liam The Lion (guitarra/vocal), Chema (baixo) e Frank Pelle (bateria) entraram sob uma suave introdução em piano de “Days, Months & Years”, primeira faixa de “Chapter IV” (2017), álbum mais recente da banda, e começaram a detonar seus hits. “Leave the Kids Alone”, “The Day I’m In Grave”, “Down and Out”, “Carry On”, “Blood From A Stone”, a sensacional “London Skinhead Crew” e “Only Fools Get Caught” (as últimas três tocadas em sequência) foram as músicas mais antigas que a banda tocou, intercaladas com várias músicas de “Chapter IV”, como “Maybe”, “Back On Track” (que ganhou um videoclipe na semana passada), “Last Journey”, “The Time Is Now”, “Violence and Fear” e a ótima “Simple”.

Booze & Glory (foto: Piero Paglarin)

O público cantou e curtiu bastante. Liam The Lion e Question Mark se revesavam nos vocais, enquanto Chema, baixista recém incorporado à banda, também dava um show de animação. Em um determinado momento, Liam fez questão de deixar claro que a banda se posiciona contra a homofobia, o racismo, o sexismo e outros preconceitos.

Famoso por suas melodias similares a hinos de torcidas de futebol e com letras que exaltam Londres e a classe trabalhadora britânica, o Booze & Glory fez uma abertura digna de muitos aplausos, com seus músicos agitando a plateia o tempo todo. Ao final de “Only Fools Get Caught”, que fechou a apresentação (que durou cerca de 1 hora), a banda foi merecidamente reverenciada pelos fãs.

Liam The Lion, vocalista e guitarrista do Booze & Glory (foto: Rafael Cusato / ImagemUm)

Também pontual, o Dropkick Murphys entou no palco às 20h30 ao som de “The Lonesome Boatman”, faixa instrumental de “11 Short Stories of Pain & Glory (2017), álbum tema da turnê, e dos costumeiros gritos de “Let’s Go, Murphys! Let’s Go, Murphys!” exaltados pela plateia, que já estava ansiosa. Um a um, os músicos tomaram seus postos enquanto o vocalista Al Barr saudava o público.

Animação, sorrisos e comemoração foi o que se viu quando o grupo começou seu show. “The Boys Are Back”, “I Had A Hat” e “Rebels With A Cause” foram as primeiras músicas tocadas, seguidas por “Sunshine Highway”, The Warrior’s Code” e “Johnny, I Hardly Knew Ya”. Com um desfile de sucessos como esse, era difícil ver quem não estava cantando com a banda.

No palco, o grupo se apresentava bem animado, com os músicos principais agitando o público o tempo todo. Al Barr até desceu e foi mais perto da galera em certos momentos. O sorridente vocalista e baixista Ken Casey também foi uma figura a parte, conversando várias vezes com os fãs. Dos outros músicos, destacam-se Jeff DaRosa e Tim Brennan. Enquanto o primeiro se mostrou um versátil instrumentista, revesando guitarra, flauta e bandolim de acordo com as músicas, Tim mostrou enorme destreza no manejo do acordeão, além de também ter tocado guitarra.

Foto: Piero Paglarin

“Blood”, “Prisoner’s Song”, “Paying My Way”, “Famous For Nothing”, “Out Of Our Heads”, “First Class Loser”, hit a trás de hit – velhos e novos – foram sendo executados. Alguns covers também marcaram presença: “I Fought the Law”, do The Crickets (mas que é mais famoso pela voz do The Clash), “If the Kids Are United”, do Sham 69, e “Halloween”, do Misfits, além de uma versão do Dropkick para “You’ll Never Walk Alone”, de Rodgers & Hammerstein.

É claro que os “hinos” da banda não foram esquecidos. “Rose Tattoo”, “Going Out In Style”, “I’m Shipping Up to Boston” e “The State of Massachusetts” fizeram a Tropical Butantã inteira cantar e vibrar. A banda fez também um medley com músicas do início de sua carreira, relembrando o glorioso passado.

Foto: Rafael Cusato / ImagemUm

Ao final do show, quando ia executar “Until The Next Time” já em tom de despedida, a banda convidou as mulheres presentes para subirem ao palco, e foi prontamente atendida. A mulherada cantou, dançou e tirou selfies com os músicos. Em um segundo momento, os homens foram chamados, e também não decepcionaram. Todos permaneceram no palco e ainda viram o grupo tocar a já citada “Halloween”, do Misfits, encerrando de vez a noite.

Com o palco cheio de fãs lado a lado com os músicos, o show do Dropkick Murphys teve um final épico, assim como foi durante toda a sua duração.

Obrigado, Dropkick Murphys! Obrigado, Booze & Glory! Que se façam mais noites épicas como essa…

Confira o setlist executado pelo Dropkick Murphys:

The Lonesome Boatman
The Boys Are Back
I Had a Hat
Rebels with a Cause
Sunshine Highway
The Warrior’s Code
Johnny, I Hardly Knew Ya
Blood
Prisoner’s Song
I Fought the Law (The Crickets cover)
Paying My Way
Famous for Nothing
First Class Loser
Citizen C.I.A.
God Willing
Barroom Hero / Do or Die / Never Alone / Boys on the Docks
You’ll Never Walk Alone (Rodgers & Hammerstein cover)
Out of Our Heads
In the Streets of Boston
Rose Tattoo
Going Out In Style
I’m Shipping Up to Boston

Após breve parada:
If the Kids Are United (Sham 69 cover)
The State of Massachusetts
Until the Next Time
Halloween (Misfits cover)

Sobre o autor

Publicitário, especializado em Marketing e Comunicação Integrada. Amante da vida, encantado por pessoas e suas singularidades. Fã inveterado de filmes de terror, ouvinte assíduo de música jamaicana e rock pesado. E, claro: Vai, Corinthians!

[fbcomments url="https://www.sobrevivaemsaopaulo.com.br/2017/10/dropkick-murphys-e-booze-glory-fazem-show-epico/" width="100%" count="off" num="5"]