Maneiras de salvar o mundo (aos poucos)

Maneiras de salvar o mundo (aos poucos)

Hoje me disseram que sou uma pessoa boa. Há um ano e pouco doei meu cabelo para a confecção de perucas para pessoas com câncer. Fiz isso depois de uma reportagem que o Fantástico fez sobre uma menininha que doava suas madeixas para uma desconhecida. Aquilo ficou na minha cabeça durante meses. Criei vergonha na cara e decidi fazer o mesmo.

Atualmente estou deixando a juba crescer novamente para o mesmo fim. Por alguma razão, a pessoa com quem eu conversava ficou realmente encantada e surpresa. Completou dizendo que queria fazer coisas boas pro mundo, mas não sabia como.

Fiquei pensando nisso o resto do dia.

Existem tantas, tantas formar de ajudar os outros… Como alguém pode “não saber” nenhuma delas? Dizer bom dia para o cobrador do ônibus, para começo de conversa. Alguns respondem, outros não; mas você fez sua parte. Doar moedas para artistas de rua, oferecer ajuda a pessoas perdidas na cidade, doar pequenas quantias a ONGs. Existem tantas ONGs destinadas a tantos assuntos… Não é possível que você não se identifique com nenhuma.

Eu sou um disco riscado quando falo sobre isso. Canso de repetir esse mesmo sermão para diversas pessoas e escuto os mais variados tipos de desculpas. A mais recente foi “doar dinheiro? Mas eu não tenho dinheiro nem pra mim!”. É mentira. Existem lugares que aceitam doações de qualquer valor. Não é possível que você não possa doar um real.

Outra clássica é “mas eu não tenho tempo de ficar procurando lugares pra doar”. Eu também não tenho, meu caro. É por isso que pedi ao Rancho dos Gnomos (que fica em Cotia) que me enviasse boletos todo mês. Acesso o aplicativo do banco no celular e voilá: doação feita sem nem sair do sofá.

Suas boas ações também não precisam ser financeiras (ainda que vivemos em uma sociedade capitalista que precisa de dinheiro). Você pode ser voluntário em diversos lugares. Se você também “não tem tempo para procurar voluntariados”, acesse o Centro de Voluntariado de São Paulo. Inscreva-se, escolha sua área de atuação e depois é só esperar as vagas aparecerem em sua caixa de e-mail.

Mas se você não tem “pique” para ser voluntário e “não tem condições” para doar um real para algum lugar; ainda há outras maneiras de ajudar o mundo!

Beber água é importante, certo? Dois litros por dia, é o que dizem. Imagine se você pegar um copinho descartável para beber 250ml várias vezes por dia. É só um copinho, mas no final da sua vida, serão MUITOS copinhos. Por que não usar uma garrafa d’água no trabalho? Simples, prático e consciente!

Falando em lixo não orgânico, você separa os recicláveis? Muito bem… Mas e as pilhas? Joga no lixo comum? Se você olhar ao redor, muitos mercados, farmácias e escolas têm centros que recolhem pilhas e baterias.

O mesmo sobre óleo de cozinha. Sabia que existem lugares que coletam óleo usado? Pois é. No final do post tem uma lista de links e você pode conferir onde é o posto de coleta mais próximo da sua casa.

Mas e os resíduos orgânicos?

O Composta São Paulo é a resposta para isso. Basicamente é uma maneira de tratar seu lixo orgânico em casa. Todo legume, verdura ou fruta que iria para o lixo comum tem um novo destino: as caixas da composteira. O resultado desse processo será um composto seco que pode ser usado em vaso de plantas e hortas (aquela sua tia que mora em Poá vai adorar colocar isso nos vasinhos de flor – flores essas que servem de alimento para as abelhas – sabia que as abelhas estão sumindo do mundo? Sem abelhas nossa alimentação vai sofrer mudanças drásticas).

Eu tenho uma composteira doméstica dentro do meu próprio apartamento e posso dizer com toda a certeza: não tem cheiro ruim, não acumula insetos e é de fácil manuseio. Ela pode ser comprada no site da Morada da Floresta ou ainda pode ser construída em casa. É tudo uma questão de interesse.

Na verdade, tudo é uma questão de interesse. Aqui apresentei quatro projetos que EU faço parte. Doação de cabelo, ONGs, voluntariados e compostagem. São coisas pequenas, eu sei, mas são as coisas pequenas que mudam o mundo.

A embalagem que alguém joga no chão também é pequena, mas somada a outras acaba entupindo bueiros, certo? Então por que o oposto não acontece? Gestos de bondade e conscientização também têm força. É só acreditar (e colocar em prática, CLARO).

Ficou interessado na doação de cabelo? Acesse o site do Cabelegria!
http://cabelegria.com.br/

Ficou interessado no Rancho dos Gnomos? Visite a página do Facebook
https://www.facebook.com/RanchoDosGnomos

Ficou interessado no Centro de Voluntariado de São Paulo?
Acesse http://www.voluntariado.org.br/

Ficou interessado na coleta de óleo?
http://www.ambiente.sp.gov.br/coleta-de-oleo-de-cozinha/

Ficou interessado no processo de compostagem doméstica?
Acesse http://www.compostasaopaulo.eco.br/

Atualizado em 03/2021
Foto por Signe Allerslev rm Pixabay 

Sobre o autor

Teve a ideia de criar o Sobreviva em São Paulo, foi lá e fez. Jornalista, trabalha com social media e gosta de uns rolês roots. Acampa no mato, sobe montanha e vive na selva de pedra. Já quis ser detetive, salvar o mundo e fugir com os ciganos. Tem uma relação de amor e ódio com São Paulo, fica para ouvir músicos de rua e corre para nunca chegar atrasada.

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