Encontros e despedidas.

Lagrimas caindo, muitos abraços e uma forte emoção no ar, cenas onde o amor está explicitado em alguns metros quadrados, pessoas que choram de alegria ou por saudade antecipada, temem a falta do abraço ou comemoram a volta dele, buscam eternizar aquele momento único, tentando fazer do abraço um local eterno, se desesperando com a distância mínima entre os corpos, que dirá os quilômetros que agora irá separa-los. Estou falando de uma rodoviária/aeroporto.

Aeroporto e rodoviárias são locais que tem muita história, lugares repletos de emoção, que todos têm uma lembrança guardada, seja por algum encontro, despedida ou expectativa. É um intermediário para o futuro, um canal de ligação, onde os pontos em questão se encontram.

É fácil identificar as situações que ocorrem todos os dias nesses “terminais” como no filme. Um bom nome para o filme devido as situações de Tom hanks na produção. Poderia chamar o nosso “terminal”, de início, pois é um excelente lugar para começar a reescrever novas histórias, reescrever caminhos, conhecer pessoas e é sempre um local de recomeço. Quando se está em um “terminal/início” está vivenciando alguma experiência, seja essa uma situação positiva ou despedida,  e sempre terá um motivo para ser lembrado. Cada viagem é uma viagem única, mesmo que uma ponte área rotineira ou um fretado da empresa. Deixando alguém ou indo ao encontro de alguém. Fazendo cada ida ao aeroporto/rodoviária ser um novo início.

Que não existem distancias para um amor eu até concordo, mas do Monte Caburaí RR até Chui RS é uma bela distancia (muitos quilômetros, mais de 4000km em linha reta). Que causa muita saudade para os separados. A saudade é de longe o sentimento mais ambíguo que existe, muitos o acham saudável, outros o tratam como uma dor profunda. O que não se contesta é que a saudade aperta e se faz presente. Levando para os que a encaram como dor, ela machuca. O dia da despedida em um aeroporto ou rodoviária, fica marcado, ele faz parte do plano de fundo da situação, que costuma ser difícil, como se despedir daquela pessoa que tanto amamos, a distância passa a ser o menor dos problemas, seja do Caburaí ao Chuí ou de São Paulo a Campinas, a saudade pede passagem.

Se a despedida causa melancolia e tristeza, a chegada é um sentimento inexplicável. Faixas para receber, muitas pessoas no aeroporto, mais parece a chegada de um ídolo, um ídolo internacional, quando se trata da volta da pessoa amada, não existe exagero. Não importa o tempo, seja um dia ou dez anos, o reencontro é mágico, é o fim da saudade.

Aeroportos e rodoviárias são lugares mágicos, lindos, não pelas paredes, transportes e possibilidades de destinos, e sim, pelas histórias, pelos momentos. Um lugar lindo, onde é possível se observar a grandeza de uma pessoa deixando aquele que tanto ama, seguir para um novo destino, escrever uma nova história. E a grandeza dessa pessoa, de voltar e reconhecer esse amor que ficou aqui, esperando por ele, o tempo todo. Esses lugares são templos de encontros e despedidas. Acima de tudo tem muita história.

Arte: Aline Macedo
Arte: Aline Macedo

Sobre o autor

Defini-lo é difícil, se diz Escritor e poeta, com formação e atuação nas áreas de comunicação, mas na verdade é apenas um rapaz latino americano, que escreve para se libertar de seus pensamentos. Procura transcrever com palavras o que seus olhos registram e o seu coração sente. Literalmente.

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