CPBR10: 6 motivos que fizeram a melhor edição

Quando decidi que faria a cobertura da CPBR10, tinha colocado na cabeça “Certo, vou fazer tudo muito jornalisticamente, cobrir todas as palestras principais, participar das coletivas e fazer uma live”.

Foto: Vitor Pereira

Pois bem, hoje é dia 11/2, a CPBR10 terminou no dia 4/2 e eu não fiz nada do que planejei. Logo no primeiro dia, percebi que não adiantava tratar o assunto de maneira indiferente, afinal, também sou campuseira, também estou lá como uma participante do evento e claro que o que vivencio lá dentro é relevante. Além disso, a conexão móvel de lá tornava uma live impossível, já que havia muita interferência e o wi-fi não faz parte do que é proposto na CPBR.

Ao contrário do ano passado, onde tudo era novidade e eu não conhecia as pessoas de lá, esse ano foi como um retorno para casa. Foi do tipo de chegar, sair falando oi para rostos os quais não via há mais de um ano, relembrar toda aquela experiência.

Esse ano tivemos uma participação mais ativa do diretor da Campus Party Brasil. Tonico Novaes fez questão de acompanhar tudo de perto, na primeira noite, logo na abertura, estava vestido de Harry Potter e comandou um flashmob com o funk “Ó o gás!”

E também logo na primeira noite, todos os campuseiros puderam perceber que não seria fácil ter uma boa noite de sono. O barulho era constante, do ar condicionado, do jazz ao vivo, das buzinas levadas pelas pessoas, nada fora do comum.

Campuseiro Curador e palestras

Izzy Nobre no palco curador

A ideia do campuseiro foi um sucesso total, palestras sugeridas pelos participantes da Campus lotaram tanto quanto as palestras principais. Deixo o destaque aqui para a palestra do Izzy Nobre, a qual deixou o palco pequeno de tanta gente participando.

Os temas eram diversos, desde marketing digital até experiências com nitrogênio líquido. Porém os palcos tinham problemas com acústica, o que dificultava um pouco o aproveitamento total, mas Tonico já disse que de agora em diante, todas as CPBR terão o Campuseiro Curador e que as palestras farão parte dos palcos já determinados.

Brindes e corridas

Foto: Vitor Pereira

Por mais que muitos veteranos de CPBR tenham falado que não viram muitos brindes, as disputas pelos os que tinham eram mais leves do que no ano passado. Pode ser que tenha sido uma impressão minha, mas as pessoas pareciam mais tranquilas esse ano.

Posso dizer isso em vários aspectos, via grupos grandes fazendo networking, montando projetos, conversando sobre palestras, e até mesmo a famosa Campus B pareceu mais vazia esse ano.

Hackatons e outras atividades

Esse ano tivemos o primeiro hackaton com colaboração da ONU. O Big Hackaton teve que encontrar 17 soluções tecnológicas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU.

Foram mais de 51 projetos apresentados pelos mais de 1300 inscritos. Depois de 100 horas de atividades, três projetos foram escolhidos para receber a menção honrosa do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), foram eles:

Best B4 – Um Web App que pretende conectar produtos mais baratos e de qualidade próximos ao vencimento à consumidores que buscam economia, consumo consciente e responsável.

Health 4U – Primeira plataforma de cooperação médica e atendimento especializado de saúde para suporte ao sistema público de saúde. O objetivo é conectar médicos de todo Brasil que se cadastrarão no app e oferecerão uma hora da sua semana para um atendimento voluntário em seu consultório, na sua clínica ou até na casa do paciente visando diminuir o fluxo de atendimento ao SUS e ajudando o Sistema a se manter ativo nesse período de crise econômica.

Teto de Verde – Construção de hortas orgânicas para espaços corporativos, com a intenção de harmonizar ambientes coletivos, incentivar o consumo de produtos orgânicos e uma relação solidária na produção do alimento. Somamos ainda a replicação social, representada da seguinte forma: a cada horta vendida, doamos outra idêntica a um espaço social escolhido pelo cliente. Este processo envolve 14 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU porque é criado a partir de uma cadeia que estimula a geração de renda solidária, uma vez que os fornecedores serão cooperativas de catadores (que fornecerão o material a ser usado para montagem das estruturas), grupos de agricultura familiar (fornecedores de material orgânico, mudas, adubo e terra), além de contarmos com o olhar cuidadoso e profissional através da capacitação de mulheres refugiadas que trabalham na manutenção dos espaços.

Aprendizados e homenagens

Tonico Novaes no palco principal

Como eu disse, o diretor da CPBR, Tonico, estava muito presente durante todo o evento. A coisa mais comum era vê-lo andando pelo Anhembi, isso quando não estava no palco principal fazendo gincanas com os campuseiros.

Na última noite, Tonico recebeu uma homenagem da comunidade Campuseiros Internacional Club e de várias caravanas, elogiando seu trabalho que foi muito bem visto e reconhecido. Ele deixou claro também que, nós campuseiros, somos responsáveis por todo o evento e que todas as sugestões, são avaliadas e claro, colocadas em prática.

Open Campus agitada

Indo na contramão da edição 9, a Open Campus estava muito atrativa para quem queria participar da CPBR, mas não ficar na arena todos os dias. A luta de robôs voltou, com um campeonato que durou todos os dias e estava lotado sempre.

Também tivemos a corrida de drones, a qual era divertida de se assistir. O stand da TNT trouxe para a CPBR várias discussões sobre empoderamento negro, feminino e a resistência das pessoas que estão fora do padrão na mídia. No último dia tivemos a participação da funkeira MC Carol e uma palestra com o rapper Emicida.

Fora isso, era possível participar dos dois Scape Rooms disponíveis, participar das palestras sobre startups e claro, conhecer startups de campuseiros.

Finalizando…

A CPBR10 foi uma edição espetacular.

Era possível ver o esforço, não somente de Tonico, mas dos campuseiros, dos voluntários e dos colaboradores em tornar o evento ainda melhor para os participantes. Como todo ano, tivemos os pequenos problemas de conexão em algumas bancadas, goteiras na área do camping no último dia e o timer do chuveiro, o qual irritou boa parte do pessoal.

Mas posso falar, como campuseira e como jornalista, a CPBR tem muito a crescer e tenho certeza que a edição 11 será ainda melhor.

Se você participou e não gostou de alguma coisa, tem sugestões de melhorias, a pesquisa de satisfação já está disponível.

Sobre o autor

Jornalista, Social Media e niilista nas horas vagas. Fanática por cinema, sempre estou atrás de eventos diferentes e que envolvam a cultura nerd. Deixo meus resquícios em todos os lugares e em lugar nenhum https://medium.com/@nataliamarretti

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